A série “Pais da Comunicação” é uma alusão ao dia dos pais. Uma homenagem aos principais mentores dessa ciência social aplicada. Dentre as personalidades lembradas estão: Philip Kotler, Raymond Rubicam, David Ogilvy, Hunter S. Thompson, William Stead, Edward Louis Bernays e Ivy Lee.
Ivy Lee nasceu em 1877 nos EUA. Estudou na universidade de Princeton, e iniciou sua carreia como jornalista. Foi assessor do candidato à presidência Alton Parker, que concorreu contra Theodore Roosevelt. Foi nessa ocupação que Lee conheceu George Parker, que viria a ser seu parceiro na criação, em 1904, da sua primeira firma de consultoria de RP Parker & Lee (que durou quatro anos).
O começo do século XX estava agitado. A concentração de riqueza e o monopólios de grandes corporações nos EUA acendiam manifestações populares contra a exploração do povo e o abuso das grandes empresas. A imprensa alimentava essas críticas, principalmente através dos muckrakers (exploradores de escândalos).
Diante de tal situação, o governo dos EUA tratou de propor medidas para proibir trustes e cartéis. Com toda a polêmica, as empresas viram-se, então, obrigadas a tornarem-se transparentes, explicando para o público suas atividades.
Lee se preocupava bastante com as políticas selvagens e segregacionistas do mundo dos negócios, e pretendia humanizar as relações entre as empresas e o povo. Enquanto jornalista, Lee já abordava toda essa polêmica, e defendia idéias de como as instituições deveriam relacionar-se com o público. Em 1906, quando greves estouravam nos EUA, publicou a famosa Declaração de Princípios.
Com esse documento, Lee lançou o axioma “O público deve ser informado”. Trabalhou como assessor de várias importantes corporações. O poderoso empresário John Rockefeller Jr., do grupo Rockefeller, contratou Lee, tornando-o seu conselheiro pessoal. O grupo estava com a imagem deteriorada, principalmente, pelo modo como tratou os grevistas de uma de suas empresas, a Colorado Fuel an Iron Co.
Durante essa greve, cerca de 20 pessoas foram mortas (“Massacre de Ludlow”). Lee levou John Rockefeller Jr. a praticar ações inovadoras, abrindo-o para o diálogo com a comunidade e com o governo, e lançando-o à filantropia. Por ter apoiado do grupo Rockefeller após o Massacre de Ludlow, Lee ganhou a antipatia de muitas pessoas.
Outro trabalho polêmico de Lee foi a assessoria para a I.G. Farben Industrie of Germany, na Alemanha, no início da década de 30. Ele negou ter trabalhado para membros do governo alemão, mas foi acusado de apoiar o nazismo. Essa história nunca foi totalmente esclarecida.
Lee foi assessor de outras empresas como a George F. Baer & Associates, a Bethlehem Steel e a Pennsylvannia Railroad. Trabalhou também como publicitário para a Cruz Vermelha americana durante a Primeira Guerra Mundial, conseguindo 400 milhões de dólares em contribuições e milhões de voluntários.
Ivy Ledbetter Lee morreu em 1934, em Nova Iorque , devido a um tumor no cérebro. Mesmo cheia de controvérsias, a sua história confunde-se com grande parte da história das RP.
RELAÇÕES PÚBLICAS NO BRASIL
No Brasil, o início da era das Relações Públicas aconteceu em 30 de janeiro de 1914, em São Paulo, com a criação de um departamento de RP na antiga The Light & Power Co. Ltda., a concessionária da iluminação pública e do transporte coletivo na cidade.
Na época, a direção da Light, sentindo a necessidade de um setor especializado para cuidar do seu relacionamento com os órgãos de imprensa e com o governo, criou o departamento de Relações Públicas, cuja direção foi entregue ao engenheiro Eduardo Pinheiro Lobo, que durante 19 anos exerceu as funções de diretor de Relações Públicas da Light.
Em 21 de julho de 1954, um grupo formado por 27 estudiosos e praticantes de RP fundou a Associação Brasileira de Relações Públicas – ABRP. Sua primeira diretoria era presidida por Hugo Barbieri, tendo Ubirajara Martins como vice-presidente. A partir disso o Rio de Janeiro, primeiramente, e outros Estados também criaram as suas Seções Estaduais, fazendo parte da ABRP.
O primeiro curso de Relações Públicas do Brasil foi criado em São Paulo pelo Instituto Brasileiro de Filosofia, em 1956, tendo entre os docentes alguns dos mais destacados profissionais de RP, entre os quais Luís Washington Vita e Marcos Pontual.
A evolução da área de Relações Públicas exige cada vez mais dos profissionais de Assessoria de Imprensa.
Os canais tradicionais de comunicação, de caráter unidirecional e reativo, apesar de ainda representarem importante papel no mix de comunicação das empresas, agora fazem parte de uma plataforma muito maior de canais integrados de comunicação, relacionamento e transação empresa-cliente.
Este arcabouço de modelos integrados de relacionamentos abriu e integrou novas possibilidades de atuação, trazendo elementos que, por um lado, aumentaram sensivelmente a complexidade de planejamento e gestão mercadológica, mas, por outro, maximizaram enormemente as potencialidades e possibilidades derivadas da excelência no relacionamento entre empresas e clientes/consumidores.
Fonte: Jornalismo Unip e Portal RP